
O ano era 2010 e decidi largar um mestrado na USP para iniciar a minha preparação para concursos focados em carreiras policiais.
O plano era simples: estudar com disciplina, custe o que custar. Tinha em mente o mantra padrão dos concurseiros: “Estude até passar”.
De fato, estudei, passei, mas a um custo altíssimo.
Sempre achei que a vida recompensava as pessoas disciplinadas, sobretudo àquelas que agiam dentro da honestidade. Então, para mim, naquela época, era o bastante.
Eu não estava errado, calma, o que meus pais me ensinaram a vida inteira sobre honestidade e disciplina e certamente o que os seus também estava mais do que certo. Mas, havia um porém.
Qual o custo de tudo isso?
No meu caso, estudei por longos 4 anos, quase que ininterruptas. Neste período pessoas importantes quase foram embora, a saúde mental definhou e o egoísmo falou mais alto.
Sim, o egoísmo. O projeto era meu, mas haviam pessoas importantíssimas ao meu redor que foram anuladas, pois a minha aprovação era prioridade.
Não fui humilde!
Não entendia que eu precisava de ajuda. Não aceitava o fato que alguém poderia me ajudar a desviar de certos obstáculos a fim de encurtar a árdua jornada até a aprovação.
Sentia-me bem em não assistir TV com a minha família, pois aquele ato me colocava mais perto da aprovação.
Grave erro!
Abri mão de convívios, de relações e de tudo aquilo que poderia amenizar o fardo dos estudos.
Se eu me arrependo? Não, mas hoje faria diferente.
Não sei em que pé está a sua preparação, mas te afirmo que pode existir uma vida sadia dentro de uma preparação de alto nível e que tempo de estudo (longos anos) não é regra para aprovação.
O grande aprendizado que eu tive e que hoje transfiro aos meus alunos é: O caminho da aprovação já fora trilhado, explorado e pavimentado, falta apenas humildade de perguntar onde que ele fica.
Por Jonas Leite
Instagram: @profjonas.leite